quarta-feira, 7 de maio de 2008

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Homo obesusObesidade, hormônios, nutrição e diabetesGeraldo MedeirosMédico endocrinologistaProfessor da USPE-mail: medeiros.dr@gmail.com
PERGUNTEAO MÉDICO• Envie perguntas ao Dr. Geraldo Medeiros sobre o texto desta semana. As questões selecionadas serão respondidas pelo colunista nesse espaço
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Bulimia e anorexia, fantasmas da atualidade
Recente estudo pediátrico realizado na Grã-Bretanha revelou que em um ano 206 meninas pré-adolescentes (até 12 anos) relataram aos médicos que tinham sérios problemas de alimentação com "virtual pavor" de engordarem. Elas usavam métodos conhecidos da disfunção chamada bulimia, ou seja, abuso no uso de laxativos, provocavam vômitos após refeições e evitavam alimentar-se em público. E o mais incrível: entre o grupo de meninas havia uma criança de apenas 6 anos! A bulimia, tão discutida e temida atualmente, faz parte do grupo de "moléstias da nutrição" e causa sérios distúrbios na saúde da adolescente, no seu relacionamento com a família e no ambiente escolar, podendo até levá-la à morte. Todos nós já tivemos ocasião de saber pelo noticiário de jornais e emissoras de TV casos decorrentes da ditadura instalada pelo universo da moda. Um universo capaz de convencer meninas de que "magreza nunca é demais".
Prevalência dos distúrbios da alimentação
A preocupação com o peso e a aparência chega cada vez mais cedo às adolescentes de hoje. Estatísticas indicam que de 40% a 60% das garotas de 2° grau na Austrália fazem algum tipo de "dieta" para perder peso. O mesmo número porcentual surge em inquéritos nutricionais realizados nos Estados Unidos, onde 55% das meninas declararam que estavam em dieta para perder peso e tinham muito medo de engordar. Estes números refletem o fato de que o modelo feminino de beleza é representado na mídia pela magreza excessiva. É um padrão tão implacavelmente imposto que nunca se ouviu falar tanto em doenças de distúrbios alimentares como agora.
A bulimia já é considerada um problema de saúde pública em sociedades de países desenvolvidos. Pesquisas recentes informam que cerca de 3 a 4, em cada grupo de 1.000 adolescentes, sofram da doença nesses países. A anorexia nervosa é a terceira perturbação mais comum entre adolescentes. Há pelo menos de 10 a 12 meninas com a doença em cada grupo de 1.000.
Uma razão química para a Anorexia Nervosa
O tubo digestivo está em constante ‘diálogo’ com o cérebro. Assim que o alimento chega ao estômago a parede estomacal manda uma mensagem ao cérebro dizendo: "Pare, já temos alimento aqui para digerir". Simultaneamente o intestino ao receber o alimento (pré-digerido no estômago) manda substâncias químicas (PYY, GLP-1) aos centros cerebrais induzindo a saciedade. Verificou-se, muito recentemente, que as meninas com anorexia nervosa têm exagerada produção destas substâncias que induzem saciedade e portanto perdem a fome e o interesse na comida.
Fenômenos sócio-culturais estão na base de tudo
Em vez de se falar em distúrbios nutricionais, talvez possamos dizer que estamos lidando com problemas de dietas absurdas, nas quais as adolescentes, as jovens e até mulheres maduras buscam, a qualquer preço, chegar a um tipo de figura feminina extremamente magra, com corpo perfeito, medidas ideais, sem nenhum defeito cutâneo ou subcutâneo (como a famosa celulite). Não é só um problema para médicos resolverem, é uma questão da sociedade em geral. Toda essa busca pela perfeição da aparência não pode ser isolada de aspectos emocionais que surgem de uma idéia fantasiosa em relação ao corpo que cada pessoa deve ter. Os psiquiatras afirmam que estes tipos de doenças são, basicamente, distúrbios afetivos nos quais a depressão também tem papel importante.
O risco médico da Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa é uma condição clínica muito séria, com efeitos danosos na saúde e com risco de mortalidade que pode atingir 20% das pacientes em 10 anos (inanição, arritmias cardíacas, falta de potássio, excessiva acidez da circulação, suicídio). Por outro lado, os resultados de tratamento médico com vários esquemas terapêuticos, a que se associa a psicoterapia, indicam que cerca de 40% a 60% dos pacientes podem vir a atingir peso normal. A obsessão por dieta, todavia, é difícil de eliminar, persistindo em 67% das pacientes. Quanto mais longo for o tempo de instalação da doença, mais difícil é a recuperação integral da paciente.
É preciso, portanto, que os pais estejam atentos às meninas que tenham aquele medo obsessivo de "engordar", evitando alimentar-se junto à família, mostrando ansiedade, insônia e sintomas de depressão. Todos são sinais da fase inicial de anorexia nervosa. Procurem um médico, apelem para auxílio psiquiátrico, verifiquem a necessidade de auxílio medicamentoso o mais cedo possível, porque quanto mais precoce for a intervenção melhor o prognóstico para retornar a normalidade.

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